Urgência de financiamento do governo teve recuo, diz IBGE

De tratado com o Instituto Brasílio de Geografia e Estatística (IBGE), a urgência de financiamento líquida do governo chegou a R$ 201,5 bilhões no ano de 2021. Esse número indica um recuo de 77,5% em relação ao ano de 2020.

Para Douglas Moura Guanabara, gerente de Gestão Pública da Coordenação de Contas Nacionais, dois fatores influenciaram a queda da urgência de financiamento no ano pretérito. “Possante aumento de arrecadação, principalmente com a recuperação da atividade econômica no período pós-pandemia, e redução de gastos, mais especificamente dos recursos utilizados no ano anterior para enfrentar a pandemia”, disse.

Impostos no país segundo o IBGE

Os dados divulgados pelo IBGE indicam que todos os itens relacionados aos impostos no Brasil tiveram elevação, principalmente aqueles sobre transacção e transações internacionais (35,7%), impostos sobre renda, lucros e ganhos de capital (32,6%) e impostos sobre bens e serviços (27,2%). 

Outrossim, também é verosímil pontuar os impostos sobre a propriedade que tiveram uma subida de 17,8% e os sobre a folha de pagamentos 12,7%. Para o gerente de Gestão Pública da Coordenação de Contas Nacionais, a recuperação da atividade econômica no país influenciou diretamente a arrecadação, no entanto, outros fatores também explicam o desempenho.

“A retomada da arrecadação de IOF, que tinha sido zerado para operações de crédito em 2020, o aumento significativo na arrecadação de dividendos das empresas estatais federais e compensações financeiras pela produção de petróleo e gás previstas no contrato de licença do pré-sal, são alguns deles”, disse.

Benefícios previdenciários e sociais 

Para o IBGE, a queda de 15,7% nos pagamentos de benefícios previdenciários e assistenciais do governo federalista foi a principal razão para o incremento de somente 1,8% dos gastos. Desse modo, foi verosímil reduzir a urgência de Financiamento Líquida em relação ao ano de 2020. 

“A queda de 15,7% no pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais, item que concentrou os recursos utilizados para enfrentar a pandemia, contribuiu decisivamente para moderar o aumento dos gastos em 2021. Todos os outros itens de gastos cresceram, alguns deles com aumento significativo, porquê o pagamento de juros, que subiu 38,7%”, afirma Guanabara. 

Outrossim, as Estatísticas de Finanças Públicas 2021 divulgadas pelo IBGE mostraram que a categoria dos Benefícios de Assistência Social da classificação da Conta Intermediária de Governo havia registrado um gasto de R$ 415 bilhões em 2020. No entanto, houve uma variação negativa de 58,8% em 2021, com um gasto totalidade de 171 bilhões. 

A subtracção de gastos com benefícios sociais, que tiveram um grande aumento durante o ano de 2020 foi um dos fatores que influenciou a redução da urgência de financiamento do governo em 2021. 

Outrossim, Douglas Moura Guanabara pontuou alguns motivos que elevaram os investimentos na esfera estadual.  “Alguns fatores que podem ajudar a explicar a elevação dos investimentos na esfera estadual estão relacionados ao aumento da receita porquê, por exemplo, da arrecadação de ICMS, item responsável por aproximadamente 56% do totalidade da receita estadual e que apresentou variação de 25,8%, e de receitas extraordinárias com concessões e transferências”, disse ao IBGE.